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Intertextualidade

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A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre dois textos. Observe os dois textos abaixo e note como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de Gonçalves Dias (século XIX):
 

Canção do Exílio

 

Nota-se que há correspondência entre os dois textos. A paródia-piadista de Murilo Mendes é um exemplo de intertextualidade, uma vez que seu texto foi criado tomando como ponto de partida o texto de Gonçalves Dias.

Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade é persistente.

Sabemos que todo texto, seja ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos é exemplo de intertextualização.

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A intertextualidade está presente também em outras áreas, como na pintura, veja as várias versões da famosa pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa:


Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.


Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919.

 
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.


Mona Lisa, propaganda publicitária.

Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Brasil Escola Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

ESCOLA, Brasil. "Intertextualidade"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/intertextualidade.htm. Acesso em 22 de abril de 2025.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

Explicite seus conhecimentos acerca das relações intertextuais presentes em um discurso.

Exercício 2

Discorra sobre os diferentes tipos de intertextos.

Exercício 3

Texto I

“Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor; chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
as lágrimas são gotas de mentira
E o juramento manto da perfídia”.

                                                     Joaquim Manoel de Macedo
    
Texto II

“Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA

                                                        Manuel Bandeira

(Enem) Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem que: 

a) Há um tratamento idealizado da relação homem/mulher.
b) Há um tratamento realista da relação homem/mulher.
c) A relação familiar é idealizada.
d) A mulher é superior ao homem.
e) A mulher é igual ao homem.

Exercício 4

Diante dos excertos poéticos em evidência abaixo, analise-os, tendo em vista as relações intertextuais entre estes e o texto-matriz, sob a célebre autoria de Gonçalves Dias.

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
[...]
                                  Gonçalves Dias

Canção do Exílio facilitada

lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah!
            José Paulo Paes

Canto de regresso à pátria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo

                                    Oswald de Andrade

Canção do Exílio

Minha terra tem macieiras da Califórnia
Onde cantam gaturamos de Veneza
Os poetas da minha terra
São pretos que vivem em torres de ametista,
Os sargentos do exército são monistas, cubistas,
Os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
Com os oradores e os pernilongos
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
 Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
Nossas frutas são mais gostosas
 Mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
E ouvir um sabiá com certidão de idade !

                                                               Murilo Mendes