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Renascimento científico

O estudo da anatomia humana foi um dos grandes avanços da ciência renascentista
O estudo da anatomia humana foi um dos grandes avanços da ciência renascentista
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Durante o Renascimento, observamos que a troca de conhecimento não possibilitou somente o desenvolvimento de novas formas de arte. De fato, uma considerável parcela dos nomes dessa época esteve envolvida no desenvolvimento de estudos relacionados ao homem e à natureza. Podemos assim ver, que esse período também fora marcado por um “renascimento científico”, onde vários campos do conhecimento como a astronomia, a matemática, a física e a medicina avançaram.

Em geral, os cientistas dessa época organizavam suas pesquisas através de observações e experimentos capazes de suscitarem novas questões científicas e elaborar outras formas de conhecimento. Historicamente, essa nova atitude com relação ao mundo estabelecia um grande marco na produção do saber. Afinal, através da razão, os homens desse tempo rompiam com o monopólio de conhecimento exercido pela Igreja ao longo da Idade Média.

Na astronomia, a comprovação da teoria heliocêntrica, onde a Terra girava em torno do Sol, estabelecia a quebra da antiga concepção geocêntrica que defendia que o Sol girava em torno da Terra. O primeiro a estipular essa nova tese foi Nicolau Copérnico (1473 - 1543), que passou vários anos atuando como professor na cidade italiana de Pádua. Logo depois, Galileu Galilei (1564 – 1642) comprovou essa teoria através de cálculos e do uso de um telescópio desenvolvido por ele mesmo.

Aclamado como um dos pais da Física Moderna, Galileu também foi de grande importância para a realização de estudos que fundamentaram a lei da queda dos corpos. Ainda com relação à Física, não podemos deixar de fazer a devida menção a Leonardo da Vinci. Considerado um dos maiores nomes da Renascença, esse estudioso italiano contribuiu nesse campo com a realização de experimentos relacionados à hidráulica e à hidrostática.

Nas ciências médicas, Mundinus teve grande importância na dissecação de cadáveres para o conhecimento da anatomia humana. Após ele, vários outros interessados pela anatomia conseguiram desvendar algumas estruturas formativas do corpo. Falópio realizou o estudo que comprovou a presença dos ovidutos, também conhecidos como trompas de Falópio; Miguel Servet e William Harvey obtiveram novas informações sobre a circulação sanguínea; e Estáquio investigou as estruturas do ouvido humano.

Indicando o intercâmbio de conhecimento dessa época, devemos também destacar as descobertas de Johan Kepler (1571 – 1630). Retomando as teorias de Copérnico, ele não só comprovou que os planetas giravam em torno do Sol, mas também demonstrou que a órbita deste, formava uma elipse. Ainda no campo da medicina, o suíço Paracelso (1493 – 1541) comprovou a importância dos estudos químicos para o desenvolvimento do saber médico.

De forma geral, observamos que os vários estudiosos da Renascença foram de suma importância para que a obtenção de conhecimento fosse modificada. Ao invés de contemplar e aceitar os fenômenos naturais enquanto manifestação da natureza divina, os homens dessa época acreditaram que o experimento e o uso de argumentos racionais pudessem revelar as “engrenagens” que movimentavam o mundo à sua volta.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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Idade Moderna - História Geral - Brasil Escola

 

 

 

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Renascimento científico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/renascimento-cientifico.htm. Acesso em 10 de abril de 2025.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(Cesgranrio) A Revolução Científica, ocorrida na Europa Moderna entre os séculos XVI e XVII, caracterizou-se por:

a) acentuar o espírito crítico do homem através do desenvolvimento da ciência experimental.

b) reforçar as concepções antinaturalistas surgidas nos primórdios do Renascimento.

c) comprovar a tese de um universo geocêntrico contrária à explicação tradicional aceita pela Igreja

Medieval.

d) negar os valores humanistas, fortalecendo assim as ideias racionalistas.

e) confirmar os fundamentos lógicos e empiristas da filosofia escolástica em sua crítica aos dogmas católicos medievais.

Exercício 2

(Puccamp) [Modificada] Leia o texto abaixo:

As ordens já são mandadas, já se apressam os meirinhos.

Entram por salas e alcovas, relatam roupas e livros:

(...)

Compêndios e dicionários, e tratados eruditos

sobre povos, sobre reinos, sobre invenções e Concílios...

E as sugestões perigosas da França e Estados Unidos,

Mably, Voltaire e outros tantos, que são todos libertinos...

(Cecília Meireles, Romance XLVII ou Dos sequestros. "Romanceiro da Inconfidência")

A referência compêndios, dicionários e tratados eruditos no século XVIII nos sugere uma clara valorização do conhecimento científico, postura que também se verifica no período conhecido como Renascimento. Contribuíram para eclosão deste amplo movimento cultural na Europa:

a) a unificação da Itália e o enfraquecimento da Igreja católica.

b) as descobertas científicas e a revolução industrial na Inglaterra.

c) o fortalecimento das burguesias e o desenvolvimento dos centros urbanos.

d) a Contrarreforma e a fragmentação do poder político dos soberanos.

e) a expansão marítima e a hegemonia árabe na península ibérica.

Exercício 3

“Resta-me ainda falar de Kepler, cuja obra tampouco é inteiramente científica, sendo profundamente inspirada pela ideia de harmonia, pela ideia de que Deus organizou o mundo segundo leis de harmonia matemática. Para Kepler, essa é a chave da estrutura do Universo. Quanto aos respectivos lugares que atribui ao Sol e à Terra, ele é, bem entendido, copernicano, pela mesma razão de Copérnico: para ele, o Sol representa Deus; é o Deus visível do Universo, símbolo do Deus criador, que se exprime no Universo criado; e é por isso que é preciso que ele esteja no centro.” (KOYRE, Alexandre. “As etapas da cosmologia científica”. In: Estudos de História do Pensamento Científico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991, p. 88.)

Com base no texto, assinale a alternativa correta:

a) O historiador da ciência Alexandre Koyrè assinala que o astrônomo Kepler, um dos principais personagens do Renascimento Científico, era ainda um mau cientista por acreditar, como Copérnico, que Deus havia organizado o Universo.

b) Kepler, segundo Koyrè, deu uma explicação cosmológica (explicação que vai além da descoberta científica por meio de experimentos) para o Universo, que estava de acordo com preceitos filosóficos e teológicos cristãos.

c) Com a expressão “cuja obra tampouco é inteiramente científica”, Koyré aponta a presença perniciosa da harmonia matemática na obra de Kepler.

d) O desenvolvimento da ciência moderna, da qual Kepler fez parte, dependeu exclusivamente do resgate da tradição grega durante o Renascimento.

e) As descobertas científicas se davam e ainda se dão por meio da observação e da experimentação, porém as explicações cosmológicas hoje em dia são inteiramente dispensáveis.

Exercício 4

O desenvolvimento da ciência moderna experimental, nos séculos XVI e XVII, ocasionou aquilo que Max Weber denominou “desencantamento do mundo”, processo que, a longo prazo, invalidou as explicações fantásticas e mitológicas sobre fenômenos naturais, pestes, epidemias etc. e as substituiu por explicações racionais e prováveis experimentalmente. Um dos efeitos deste “desencantamento do mundo” foi:

a) o retardamento do progresso tecnológico no século XVIII.

b) a expansão da cosmovisão muçulmana nas nações europeias.

c) o atraso do desenvolvimento urbano europeu.

d) a proliferação de epidemias como cólera e leptospirose.

e) o desenvolvimento tecnológico industrial, seguido do processo de higienização das cidades, bem como crescimento urbano e populacional da Europa.