A seca no Nordeste é um fenômeno que tem origem natural, mas que é agravado pela ação humana, tornando-se um grave problema de ordem socioeconômica e política. Uma área de aproximadamente 70% da região Nordeste está inserida no Semiárido Brasileiro, em que o clima quente e com baixa pluviosidade, somado ao relevo formado por depressões e a dinâmica atmosférica regional, condiciona a instalação de longos períodos de seca.
Ao longo dos anos, vários projetos e obras foram executados a fim de conter as consequências das estiagens, como a construção de açudes. Entretanto, esse problema persiste principalmente pela chamada indústria da seca, criada da má distribuição e da má gestão dos recursos destinados para cuidar da população mais vulnerável à escassez de água. Com isso, aprofunda-se e perpetua-se um conjunto de problemas, como as desigualdades socioeconômicas e a fome.
Leia também: Região Nordeste — detalhes sobre a região que abriga grande parte do clima mais seco do país
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a seca no Nordeste
- 2 - Causas da seca no Nordeste
- 3 - Consequências da seca no Nordeste
- 4 - Qual a região mais seca do Nordeste?
- 5 - Piores secas do Nordeste
- 6 - Combate à seca no Nordeste
- 7 - Indústria da seca
- 8 - Exercícios resolvidos sobre seca no Nordeste
Resumo sobre a seca no Nordeste
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A seca no Nordeste é um fenômeno que tem origem natural, mas também deve ser analisado dos pontos de vista político e econômico.
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Não é toda a região Nordeste do Brasil que está suscetível a secas. A área em que as secas acontecem é conhecida, atualmente, como Semiárido Brasileiro.
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O Semiárido Brasileiro inclui 70,9% da área da região Nordeste e 50,5% da sua população. A região nordestina inserida no Semiárido é conhecida como Sertão.
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A predominância do clima semiárido, marcado por períodos de estiagem que podem durar até oito meses, o relevo local e fenômenos como o El Niño explicam a origem natural da seca.
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A má gestão de recursos destinados a projetos de combate à seca, o que foi denominado indústria da seca, é uma das causas antrópicas para a acentuação e o prolongamento dos impactos da seca sobre a população do Semiárido nordestino.
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Tem-se registros de secas no Nordeste desde o século XVI. Desde então, a região sofreu várias secas severas, de até nove anos consecutivos, que provocaram a destruição de plantações, a proliferação de doenças, agravaram a fome e aprofundaram as desigualdades socioeconômicas na região.
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Projetos de combate à seca têm sido desenvolvidos, como a construção de açudes, a instalação de cisternas e a transposição de rios, como o São Francisco. Entretanto, tais obras de infraestrutura e benefícios criados são atravessados pelos interesses da indústria da seca.
Causas da seca no Nordeste
A seca no Nordeste é um problema que tem origem na combinação entre as dinâmicas climática e atmosférica locais com os aspectos da paisagem física, mais precisamente o relevo, das áreas onde ela incide.
Antes de identificarmos os causadores desse problema, é importante ressaltarmos que esse fenômeno não atinge a região Nordeste em sua integralidade. A seca no Nordeste incide em uma área anteriormente denominada Polígono das Secas e que hoje recebe o nome de Semiárido Brasileiro. Ela tem área de 1.335.298 km² e compreende 1477 municípios em 11 estados brasileiros, uma vez que também inclui áreas na parcela setentrional da região Sudeste. Portanto, a partir de agora, quando nos referirmos à seca no Nordeste, estamos focando nessa área em questão.
O clima é uma das causas da seca no Nordeste. Situada em baixa latitude muito próxima da Linha do Equador, entre 1º e 19º de latitude mais precisamente, a dinâmica atmosférica dessa área é regida por um sistema de alta pressão que torna mais difícil a formação de nuvens de chuva. Trata-se de um clima semiárido que tem como principais características o calor intenso durante a maior parte do ano, com temperatura média de 27 ºC, e pluviosidade que varia entre 250-750 mm, podendo atingir 800 mm em determinadas áreas.
Não obstante essa pluviosidade seja descrita como a média anual, ela é mal distribuída. Áreas inseridas no clima semiárido podem experimentar entre cinco e oito meses sem nenhuma chuva. Em conjunto com o calor, esse quadro se torna extremamente prejudicial para a população, mas também para vegetação, sobretudo para o desenvolvimento de cultivos agrícolas, e para os animais que são criados naquela região. Quando a precipitação acontece, ela é concentrada em um curto espaço de tempo, o que resulta em chuvas intensas.
O relevo do Nordeste também interfere na distribuição de umidade pela região e, portanto, na condição de seca. Segundo descreve o geógrafo e professor Aziz Ab’Sáber, o interior do Nordeste tem relevo formado por depressões interplanálticas. Essas formações constituem terrenos rebaixados que ficam entre maciços arenosos e chapadas, que apresentam maior altitude. Portanto, as massas úmidas têm maior dificuldade para acessar essas áreas rebaixadas, resultando em um clima com chuvas que Ab’Sáber descreve como esparsas no tempo e no espaço.
Em anos de intensificação ou prolongamento do período de secas no Nordeste, fenômenos oceânico-atmosféricos estão por trás da estiagem. O principal deles é o El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico. Essa alteração provoca mudanças na circulação atmosférica em quase todo o planeta, e interfere na circulação atmosférica da América do Sul. O El Niño é responsável por redistribuir a umidade no Brasil, intensificando a seca no Nordeste e aumentando o volume de chuvas na região Sul. Ele esteve ativo em algumas das piores secas vivenciadas no Nordeste.
Destaca-se que a seca existe, também, enquanto fenômeno político e socioeconômico naquela região do país. Assim sendo, as explicações que vimos até aqui nos ajudam a entender as causas naturais por trás do clima semiárido na região Nordeste e da escassez de chuvas, que pode ocasionar desabastecimento e racionamento.
Há, no entanto, fatores de ordem antrópica que têm causado o prolongamento da seca, dificultado a distribuição de um recurso natural crucial para a vida e aprofundado as suas implicações sociais e econômicas na população que habita o Semiárido Brasileiro, em especial a população mais pobre. Problemas atrelados sobretudo à gestão de recursos financeiros, destinados originalmente para o desenvolvimento de projetos de combate à seca, estão entre as causas que intensificam o problema e produziram a chamada “indústria da seca”, que veremos adiante.
Consequências da seca no Nordeste
A seca é um fenômeno que não tem apenas implicações ambientais. O Semiárido Brasileiro representa 70,9% de toda a área do Nordeste e compreende 50,5% da sua população dessa região, o que equivale a 27,6 milhões de pessoas, a maioria daquelas que vivem no Semiárido.
Assim sendo, a seca produz consequências negativas, principalmente para as pessoas que estão inseridas nessa região, recaindo de maneira mais devastadora sobre o estrato mais pobre da população. Considerando, então, todos os aspectos da seca e as dimensões que ela tem no Nordeste do Brasil, algumas de suas consequências são as seguintes:
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ressecamento de rios e de mananciais;
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desertificação de áreas com o prolongamento das secas;
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baixa disponibilidade hídrica para animais e plantas, podendo provocar a sua morte;
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perda de lavouras agrícolas, as quais são destinadas à subsistência ou à comercialização;
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morte de rebanhos de animais, como o gado bovino, por conta da sede e do calor;
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perdas econômicas atreladas à destruição dos cultivos e à morte dos animais;
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diminuição do volume de água disponível para a população, causando racionamento;
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desenvolvimento de doenças associadas com a falta d’água, como doenças de pele, ou então decorrentes do consumo de água de fontes poluídas ou impróprias;
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escassez de alimentos e fome, problemas que se prolongam com a duração da seca;
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aprofundamento da pobreza e das desigualdades socioeconômicas;
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maior incidência de desemprego, principalmente no meio rural;
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aumento da vulnerabilidade socioeconômica de uma parte da população;
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aumento dos movimentos de migração sazonal (ou transumância).
Qual a região mais seca do Nordeste?
A região Nordeste do Brasil não é, toda ela, seca. Existem áreas que apresentam climas úmidos, tanto por influência da maritimidade quanto pela sua proximidade com a Amazônia, que proporcionam melhor índice pluviométrico e boa disponibilidade hídrica. Contudo, 70,9% da área do Nordeste estão inseridos no Semiárido Brasileiro, sendo essa a sua região mais quente. Em se tratando da subdivisão regional do Nordeste, pode-se dizer que essa área corresponde ao Sertão, abrangendo ainda uma parcela dos municípios do Agreste.

Piores secas do Nordeste
As secas são parte da história do Nordeste. Uma das mais antigas de que se tem registro aconteceu entre os anos de 1580 e 1583, quando o território brasileiro ainda era dividido em capitanias hereditárias. Desde então, longos períodos de escassez vêm sendo observados nos municípios nordestinos que integram o Semiárido Brasileiro, tendo produzido consequências devastadoras para a população, principalmente, e também para a economia e a biodiversidade locais.
Dentre as secas do Nordeste, listamos algumas das piores abaixo. Uma ressalva importante deve ser feita a respeito dessa relação: nos anos anteriores e entre os períodos de seca considerados, também houve outras secas que foram consideradas graves, notadamente quanto ao número de vítimas.
Destacamos cinco eventos que compreendem desde o século XVIII até o atual século XXI para demonstrar a gravidade do problema da seca no Nordeste e a maneira como ele se propaga no decorrer do tempo.
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1720 a 1727: seca que atingiu a capitania de Pernambuco e é considerada uma das mais longas de que se tem registro. Afetou duramente as lavouras e eliminou parte significativa da fauna local, incluindo os rebanhos de animais que eram criados para fins econômicos. Muitas populações indígenas foram dizimadas por conta tanto na seca quanto das doenças que se proliferaram nesse período. As doenças, como a varíola e a peste, também fizeram muitas vítimas entre a população escravizada.
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1877 a 1879: esse período ficou conhecido como o da Grande Seca, e o estado do Ceará foi um dos estados mais afetados. As estimativas dão conta de que mais de 800.000 pessoas perderam suas vidas e quase 190.000 deixaram o local onde moravam em direção ou a outros estados do Nordeste, em que as condições estivessem melhores, ou em direção à Amazônia, no Norte do país. Para recuperar a devastação provocada pela Grande Seca e impedir o aumento no número de mortes, o imperador Dom Pedro II prometeu não poupar recursos, tendo declarado: “Não restará uma única joia na Coroa, mas nenhum nordestino morrerá de fome”. Alguns dos primeiros projetos para combater a seca começaram a se desenvolver a partir de então.
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1979 a 1983: foi listada como uma das mais prolongadas da região Nordeste, tendo ocasionado a morte de aproximadamente 3,5 milhões de pessoas, mas principalmente crianças, por conta de problemas associados à fome e à desnutrição que foram causados pela estiagem. Estima-se que a seca prejudicou uma área agrícola de 1,5 milhão de km². Antes disso, secas graves atingiram a região durante as décadas de 1930 e 1960, algumas das quais deram início ao que passou a ser conhecido como a “indústria da seca”.
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1997 a 1999 e 2001 a 2002: as secas que aconteceram em ambos os intervalos foram agravadas pela ocorrência do El Niño. No final da década de 1990, o estado do Pernambuco foi um dos principais afetados pela escassez de água, e sua capital passou por um período de racionamento de água. A atividade agrícola na região foi duramente afetada, e até mesmo rios perenes, como o São Francisco, tiveram seu volume de água reduzido nesse período.
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2012 a 2017: foi uma das secas com maior duração da região Nordeste e também do Brasil, e causou impactos negativos em mais de 1700 municípios nordestinos. Alguma precipitação foi registrada mais ao final do período, mas surtiu pouco efeito (principalmente sobre os açudes anteriormente construídos, justamente para suprirem a demanda em períodos de seca) e afetou diretamente o abastecimento de cidades e das áreas ocupadas no meio rural. Áreas com vegetação e, sobretudo, produções agrícolas foram perdidas. Além disso, cerca de 10 milhões de cabeças de gado morreram nesse intervalo de tempo.
Combate à seca no Nordeste

As medidas de combate à seca remontam ao Brasil Império. Depois da seca que assolou a região Nordeste no final do século XIX, diversas ideias foram propostas para diminuir o impacto das escassez de chuvas. Desde soluções pouco convencionais, como o uso de camelos para o transporte de pessoas na Caatinga, até a construção de ferrovias e a abertura de canais para a transposição de águas foram sugeridas nesse período. No entanto, algumas delas não passaram de propostas, enquanto outras não obtiveram o retorno que era esperado.
Em 1909, foi criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas (Iocs), uma agência do Governo Federal que tinha como objetivo a execução de projetos para combater a seca no Nordeste. Esse órgão continua em atuação até hoje sob o nome de Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
As principais obras de engenharia realizadas foram os açudes, que represam a água das chuvas para o posterior abastecimento das regiões secas durante a estiagem. Rodovias também foram construídas para interligar o interior ao litoral e facilitar os deslocamentos, principalmente de pessoas.
Projetos de engenharia e voltados para o fortalecimento da economia regional foram realizados ao longo do século XX, numa tentativa de superar as dificuldades dos períodos de seca, mas não obtiveram sucesso.
Na virada do século, foram desenvolvidos mecanismos de monitoramento e previsões de novos períodos prolongados de estiagem, de modo a preparar as ações de contenção a esse problema. Esses sistemas são controlados pela Agência Nacional de Águas (ANA). Ao mesmo tempo, novos açudes foram sendo construídos para represar a água e dar continuidade ao abastecimento de áreas atingidas.
Um dos projetos de maior importância e que foi iniciado no presente século foi a transposição do Rio São Francisco, uma ideia que havia sido aventada em períodos anteriores e cujas obras foram iniciadas em 2007. O objetivo é levar água para aproximadamente 12 milhões de pessoas em 400 municípios do Semiárido, e diminuir os impactos da seca no Nordeste. Além da transferência de água entre regiões, projetos como a construção de cisternas no meio rural e o abastecimento por meio de carros-pipa foram colocados em prática.
Importante: Algumas das maiores secas do Nordeste ocasionaram a migração em massa de pessoas em busca de melhores condições. No Ceará, numa tentativa de conter a entrada de um grande volume de pessoas fugindo das secas, foram construídos campos de concentração nas rotas migratórias para alocar esses migrantes e os impedirem de chegar até a sua capital, Fortaleza.|1| Não se tratava de uma medida para diminuir os efeitos negativos da seca sobre as pessoas, mas sim para controlar o comportamento da população diante desse problema.
Indústria da seca
A expressão “indústria da seca” é utilizada como crítica aos ganhos financeiros que são obtidos por políticos ou empresários por meio de verbas governamentais e incentivos fiscais que deveriam, originalmente, ser destinados para a diminuição dos impactos da seca no Semiárido Brasileiro e para o auxílio da população que vive na região e sofre diretamente os efeitos da estiagem.
Essa expressão faz referência principalmente às grandes obras de engenharia que são ou foram instaladas na área, mas que apresentaram pouco ou nenhum retorno efetivo para a população necessitada. Ao contrário, elas apenas aprofundaram as desigualdades e o desgaste provocado pela seca, ao mesmo tempo que um pequeno grupo lucrou com tais ações.
Nesse contexto, a sede e a miséria a que a população do Semiárido está exposta se tornam somente um pretexto, e mantém-se uma estrutura que se perpetua desde o início da formação socioespacial e econômica do Nordeste e do Brasil como um todo.
Desde os primeiros açudes, construídos na década de 1930, é que se observa esse tipo de prática na região. O termo “indústria da seca”, no entanto, foi cunhado pelo jornalista fluminense Antônio Callado (1917-1997) na década de 1960, em artigo intitulado “Os industriais da sêca”.
Exercícios resolvidos sobre seca no Nordeste
Questão 1
(Unesp) No Sertão Nordestino, oligarquias representam um dos polos na desigual estrutura social, econômica e política da região. Durante o século XX, a oligarquia nordestina beneficiou-se:
A) da transposição do rio São Francisco, obra que objetivou desviar parte das águas desse rio para rios intermitentes com maior capacidade de abastecimento hídrico de áreas rurais e urbanas.
B) da indústria da seca, expressão que designa a relação entre a realidade de fome e miséria da população durante as longas estiagens e os recursos destinados a obras para melhorias na qualidade de vida local.
C) da remarcação de fronteiras estaduais, estratégia empregada para melhorar os resultados de investimentos federais realizados na promoção de serviços de tratamento de água e esgoto.
D) da implantação do Projeto Grande Carajás, empreendimento privado que objetivou dinamizar a economia nordestina com maciços investimentos em infraestruturas produtivas agrícolas.
E) da transferência da capital federal para Brasília, decisão que atrelou o uso de mão de obra e de empresas nordestinas para reaquecer o setor de produção de matérias- primas da região Nordeste.
Resolução:
Alternativa B.
As oligarquias se aproveitaram principalmente da indústria da seca, beneficiando-se de recursos originalmente destinados para o combate ao problema socioeconômico e também sanitário ocasionado pelas longas estiagens.
Questão 2
(Fuvest)
Em 1932, o Estado Brasileiro instalou campos de concentração de flagelados no Ceará, desde a região do Cariri até Fortaleza, destinados a isolar os retirantes que saíam do interior. No total, esses campos chegaram a concentrar mais de 73 mil pessoas vivendo sob condições precárias.
Sobre o tema das secas no Nordeste, é correto afirmar que:
A) o chamado “Polígono das Secas”, abrangendo a Zona da Mata, desde a Bahia até o Maranhão, foi oficialmente demarcado nos anos 1930, no contexto da grande seca.
B) grandes levas de retirantes flagelados do Ceará saíam do sertão e se direcionavam ao agreste nordestino, em busca de trabalho nos canaviais, ou às capitais do Sudeste, à procura de emprego no comércio.
C) o projeto de transposição de águas do rio São Francisco, implantado na atualidade como medida de combate à seca, resultará em desassoreamento desse canal fluvial.
D) a ocorrência de campos para flagelados explica-se pela ausência de políticas de combate às secas, implantadas apenas em 1960 pela Sudene - Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste.
E) a explicação do fenômeno de migração para as cidades como decorrente da pobreza no sertão e exclusivamente relacionada à seca é insuficiente, pois omite a lógica da concentração fundiária e suas consequências.
Resolução:
Alternativa E.
As migrações que acontecem no Semiárido são resultado de um conjunto de fatores que inclui as secas, mas não somente elas. As desigualdades socioeconômicas e a concentração fundiária, que expulsam camponeses das suas terras, também nos ajudam a compreender o motivo por trás dos deslocamentos. Além disso, nota-se que o Semiárido é parte do Sertão, e os migrantes do Ceará se descavam em direção à capital, situada na Zona da Mata, nas secas que aconteceram entre o final do século XIX e início do século XX.
Créditos de imagem
[1] Frag15 / Wikimedia Commons (reprodução)
[2] Alan Santos / Presidência da República / Wikimedia Commons (reprodução)
Notas
|1| NASCIMENTO, Thatiany. Campo de concentração onde 'flagelados da seca' eram aprisionados é tombado no Ceará. G1, 20 jul. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2019/07/20/campo-de-concentracao-onde-flagelados-da-seca-eram-aprisionados-e-tombado-no-ceara.ghtml.
Fontes
AB'SÁBER, Aziz Nacib. Sertões e sertanejos: uma geografia humana sofrida. Estudos Avançados, São Paulo, Brasil, v. 13, n. 36, p. 7–59, 1999. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9474.
ANDRADE, Manuel Correa de. A intervenção do Estado e a seca no Nordeste do Brasil. Brazilian Journal of Political Economy, v. 6, n. 4, 1986. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rep/a/Xnc7Gs6ZFmXftsv3Q5zzcDq/?lang=pt.
BARRETO, Pedro Henrique. História - Seca, fenômeno secular na vida dos nordestinos. IPEA: Desafios do desenvolvimento, ed. 48, ano 6. 10 mar. 2009. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1214:reportagens-materias&Itemid=39.
CAMPOS, J. N. B.; STUDART, T. M. C. Secas no Nordeste do Brasil: origens, causas e soluções. In: INTER-AMERICAN DIALOGUE ON WATER MANAGEMENT, 4., 2001, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2001. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/9326.
LIMA, José Roberto; MAGALHÃES, Antônio Rocha. Secas no Nordeste: registros históricos das catástrofes econômicas e humanas do século 16 ao século 21. Brasília, DF: Parcerias Estratégicas, v. 23, n. 46. P. 191-212, jan-jun 2018.
NASCIMENTO, Thatiany. Campo de concentração onde 'flagelados da seca' eram aprisionados é tombado no Ceará. G1, 20 jul. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2019/07/20/campo-de-concentracao-onde-flagelados-da-seca-eram-aprisionados-e-tombado-no-ceara.ghtml.
REBELLO, Aiuri. Seca de 2012 a 2017 no semiárido foi a mais longa na história do Brasil. UOL Notícias, 03 mar. 2018. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2018/03/03/seca-de-2012-a-2017-no-semiarido-foi-a-mais-longa-da-historia.htm.
REDAÇÃO. Os 10 maiores períodos de seca no Brasil. Revista Super Interessante, 21 dez. 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/coluna/superlistas/os-10-maiores-periodos-de-seca-no-brasil.
SEPLAN. Metade da população baiana vive no Semiárido. Secretaria do Planejamento (SEPLAN) – Bahia, 02 abr. 2024. Disponível em: https://www.ba.gov.br/seplan/noticias/metade-da-populacao-baiana-vive-no-semiarido.